Certa vez, uma pessoa me dizia que achava uma hipocrisia os ritos (na dor, na alegria, na tristeza,...) de uma cerimônia matrimonial presidida pelos padres. Eu escutei, compreendi e acolhi a fala do(a) indivíduo(a). Mas... O interessante deste relato é que esta criatura casou na igreja católica. Nada contra. Mas o que isto chama a atenção?
Cada vez mais vem se percebendo um aumento no número de pessoas com, dificuldades, na obtenção da auto-honestidade. O importante disto é que só podemos ofertar ao outro aquilo que temos. Não sendo honesto conosco, como poderemos ser com o outro?
Percebo, enquanto profissional da saúde mental, que pessoas com dificuldades de expressarem convicções em suas vidas tendem aos sofrimentos psíquicos ou mentais com mais facilidade, tipo: as depressões situacionais. O quê e como seria isto?
Uma pessoa que vivencia uma condição de desemprego, por exemplo, não sendo muito honesta consigo (vivendo o auto-boicote), pende para um grau maior de sofrimento emocional. Claro! Não quero comungar aqui que, viver uma situação de desemprego, seja algo fácil e satisfatório para ninguém. Sabemos que não é. Mas esse tipo de experiência (o desemprego) poderá ser amenizado, a nível sentimental, por pessoas mais convictas.
Uma das formas de podermos galgar a essa convicção seria pelo refrão da música - Deixa a luz do céu entrar: “Deixe a luz do céu entrar / Deixe a luz do céu entrar / Abre bem a porta do teu coração / Deixe a luz do céu entrar.”
O que vem acontecendo usualmente é que estamos deixando a porta do nosso coração (ou autopercepção) fechada, em prol ao mundo externo. Levando muitas vezes a nos auto-anularmos. A esta anulação é que vem aumentando, cada vez mais, o índice de pessoas com depressão no planeta.
Por fim, caro leitor, eis a questão! Caso venhas casar com os teus sentimentos, quais os tipos de ritos que virias a buscar: o da hipocrisia ou o da convicção?