Na Era da Comunicação Digital onde, você se chama “vc” e sorrir é “kkkkkkkkkk”; Adriano Gonçalves fala em seu livro, Nasci Pra Dar Certo!, que hoje em dia estamos on-line virtualmente e off-line realmente. Diante de várias definições que a palavra conversar poderá nos oferecer, uma delas é: “ter trato íntimo, ter intimidade.”.
Certamente, à medida que os dias passam, o ser humano vem, realmente, se distanciando um do outro. Transitando nas estradas da vida onde, nas suas intersecções, nada exista. Levando a isso, a extinção das possíveis intimidades de conhecimentos interpessoais.
No dia 7 de abril, onde se comemora o Dia Mundial da Saúde, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) realiza uma Campanha de Conscientização sobre a Depressão, com o lema “Let’s talk” (“Vamos conversar”, em português).
Segundo a OMS estima-se que no mundo, em média, 350 milhões de pessoas sofram de depressão. O Brasil é o país da América Latina com maior índice desta moléstia. No entanto, venho por meio desta refletir sobre: Como estamos, diante desta enfermidade, a nível de diálogo? Quem sofre sente-se à vontade para dialogar? Às pessoas que existem casos na família conversam a respeito?
O psicólogo e escritor, Antônio Monteiro dos Santos, no livro Quando Fala O Coração, diz que: “Nas conversas do dia-a-dia, as pessoas escutam umas às outras, mas não se ouvem, pois elas estão, constantemente, interna ou externamente, tentando mudar o que a outra pessoa está dizendo ou estão tentando construir uma resposta para contradizer ou responder o que está sendo dito.”.
Não bastasse, as pessoas que sofrem do Transtorno Depressivo, muitas vezes, não se têm direito a serem ouvidas. Algumas vezes, por parentes, por não suportarem o soar do sofrimento dos entes queridos; outras vezes, por amigos, por não serem dignos de compreensão.
Entretanto, para que uma conversa ingresse, intimamente, no que diz respeito à compreensão, ao seu destino; por demais, o destinatário, por sua vez, tenha que está aberto à mesma. Não de se admirar, muitas vezes, o que se possibilitam, ao impedimento dessa intimidade interpessoal, são as contaminações existenciais(estresse, a luta contra o tempo, preocupações) dos seus interlocutores.
Por fim, na qualidade de entes queridos, amigos, conhecidos ou até mesmo profissionais de saúde mental, será que estamos on-line ou off-line, em termos de conversa, aos portadores de depressão? Será que não cabe uma reflexão para que, fazendo a nossa parte, contribuiremos para a diminuição dos índices e para que essas pessoas venham desempenhar uma melhor qualidade de vida?

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