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  • Foto do escritorGustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

Será que: vale a pena ver de novo?


Cronologicamente, e não sentimentalmente, dois mil e vinte chegou ao fim. Entretanto, como todo fim de ano, é realizada a sua retrospectiva. Mas, o que seria retrospectiva referente um ano, onde sentimentalmente ainda não terminou? Retrospectiva quer dizer: “relato de uma série de acontecimentos decorridos durante certo período; retrospecto, retrospecção.”. “...série de acontecimentos decorridos durante certo período...? Isso mesmo!


Mas, como sabemos, dois mil e vinte foi um período atípico e inesperado para a humanidade. Nunca, ninguém, imaginou que iríamos viver um ano como foi dois mil e vinte. Mas, por quê? Porque o ano foi decorrido, o tempo todo, mediante a uma pandemia. Neste sentido, quando se fala de retrospectiva – série de acontecimentos decorridos – será que os acontecimentos deveriam vir no plural? Ou bastasse, apenas, um único acontecimento: a pandemia? Obviamente, desta, destrincharemos todas as consequências que a mesma pôde ter trazido à tona.


E aí, com tantas famílias adoecidas e com perdas de entes queridos, ceifados pela desgraça do vírus; onde pessoas com as perdas dos seus sustentos; assim como, cidadãos tomados pelos sofrimentos psíquicos, como: depressão, ansiedade,... Será que: vale a pena ver de novo? Enquanto retrospectiva: Acredito que não!!!


Diante de todas as consequências negativas que essa peste vem proporcionando à humanidade; e sabendo que, sentimentalmente, o ano perdurará por muito tempo para muitos; invés de ficarmos presos à retrospectiva; por que não recorremos a algo que alimente a nossa dignidade? Seja através do viés espiritual, ou seja, através do meio que melhor identifique. Sabemos que diante da dor, resgatar o nosso amor-próprio, não é fácil. Mas, não é impossível.


Haja vista, segundo o filósofo e sociólogo Zygmunt Bauman, explana em seu livro – Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos – “...o mais precioso dos valores humanos, o atributo sine qua non de humanidade, é uma vida de dignidade, não a sobrevivência a qualquer custo.”. Entretanto; com o surgimento da pandemia: os indivíduos, as famílias, os trabalhos; tiveram que passar por adaptações. As aulas permaneceram remotas, os trabalhos realizados na modalidade de home office, assim como tantas outras adequações.

Sabemos que a convivência com o mundo virtual, cada vez mais, vem tomando espaço para o mundo real. Como vem sendo importante e nos ajudando diante da desgraça que nos foi proporcionado no mundo. Mas o que me chama atenção, para relação do mundo virtual, é a fragilidade dos laços humanos; assim como, também, pontua Bauman. Precisamos ficar atentos para que a desumanização não venha adquirir espaço, assim como o mundo virtual o vem no nosso mundo real. Porque a realidade jamais deixará de existir, apenas a constituição dela dependerá de mim e de você.


Por fim, caro leitor, eis a questão! Da forma como foi transcorrido o ano de dois mil e vinte, enquanto retrospectiva, será que: vale a pena ver de novo? Ou, em comunhão com a nossa dignidade, devemos...?

A pandemia do rompimento
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