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  • Foto do escritorGustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

O descompasso do período de transição da humanidade

Transição, do latim, “transit(i)o,ōnis 'ação de passar, passagem etc.’”. A humanidade vive em constante processo de transição. Sendo que, nos últimos tempos, as mudanças vêm constituindo um certo grau de descompasso na relação: ser versus viver.


Recentemente, deparei-me com uma manchete, em um determinado site de notícias: “Seres humanos já estão se relacionando com sistemas e chatbots,...”. Conhecido como: Efeito Elisa. Uns dos motivos; a receptividade, a compreensão e a não possibilidade de críticas; para suprir a solidão. Onde eu denominaria, não à solidão; e sim: às carências. Haja vista, certa vez, eu lia de um sociólogo: “Vivemos na era da imagem, como se o visual revelasse a substância. O que conta é a embalagem e não o produto, e isso se torna um perigo quando a mentalidade de parte do ... está impregnada desse superficialismo.”.


Ora! As mudanças vêm acontecendo em várias áreas: seja no âmbito tecnológico ou virtual, seja na família, no trabalho; ou em qualquer área que necessitemos da convivência (viver com). No entanto, por conta dessas mudanças, muitas vezes, não estamos conseguindo nos relacionar (construir laços de ações), saudavelmente, com o próximo.


É sabido que, hoje em dia, vêm existindo vários modelos de famílias. Não mais só a tradicional; ou família patriarcal. As mudanças familiares vêm tendo como consequências, muitas vezes, o mau comportamento dos filhos nas escolas, por exemplo.

Recentemente, foi veiculado pelos canais de notícias, na cidade onde moro, um aluno, de dez anos de idade, de uma determinada escola particular, ser espancado por um grupo de “coleguinhas”. Por sua vez, segundo a reportagem, nenhum funcionário interveio. Por onde andavam, ou estavam, o corpo de funcionários da devida escola?


Certo dia, assistindo a uma palestra do Psicoterapeuta Alexandre Coimbra Amaral, onde o mesmo dizia: “A sociedade patriarcal, o que ela está fazendo, não é inventar dores; é retirar véus, sobre as dores que não tinham nomes.”. Ou seja, como as famílias estão revelando as suas dores pretéritas, ou existenciais?


Na escola que os meus filhos estudam; sabiamente, ou preocupantemente; por conta desse descompasso do período de transição da humanidade; vêm sendo ofertadas, frequentemente, reuniões – escola/família – aos pais. Numas das reuniões, um pai discorria, o que a escola teria a dizer, de uma funcionária que pegou o aluno pelo braço, para dirigi-lo à coordenação, de algo que o mesmo não fez. Ora! Se a constituição humana fosse no formato de uma bússola; a sensação que tenho, é como se o ímã (o ponteiro) trabalhasse de forma desconcertante. Parece-me que está tudo de cabeça para baixo.


Por fim, caro leitor, eis a questão! No transcorrer da vida; nesse período de tantas transformações, e novidades, em velocidades exponenciais; como vem lidando com esses momentos de transições? No compasso? Ou descompasso do caminhar?

A pandemia do rompimento
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