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  • Foto do escritorGustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

Escola de “magistratura” (des)humana

É sabido que nos tempos atuais as relações humanas vêm cada vez mais acirradas. Isto é percebido em períodos de campanhas eleitorais, como agora; nas relações familiares; nas relações trabalhistas e em vários outros contextos. O que vem acontecendo que não conseguimos conviver mais, com o outro, de forma harmoniosa? Nós seres humanos estamos perdendo o hábito do diálogo. Onde isto, por sua vez, deságua nas incompreensões das relações humanas. Mas o que seria compreensão? De várias definições, uma delas é: “espírito de complacência para com as dificuldades de uma pessoa.”.


Certamente, as práticas das relações sociais, pelo meio virtual ou tecnológico, vêm ser uns dos motivos desta desarmonia. Mas, não só isso. Tantos outros estímulos contemporâneos, provavelmente, colaboram para falta de complacência ao outro. A diminuição do poder aquisitivo, considerando que vivemos em um mundo estimulado pelo consumismo e o capitalismo; o desemprego; as perdas dos entes queridos, tão intenso na pandemia; assim como tantos outros motivos.


Segundo, o sociólogo francês Edgar Morin, discorre no seu livro – Os sete saberes necessários à educação do futuro – “A prática mental do autoexame permanente é necessária, já que a compreensão de nossas fraquezas ou faltas é a via para a compreensão das do outro. Se descobrirmos que somos todos seres falíveis, frágeis, insuficientes, carentes, então podemos descobrir que todos necessitamos de mútua compreensão. O autoexame crítico permite que nos descentremos em relação a nós mesmos, por conseguinte, que reconheçamos e julguemos nosso egocentrismo. Permite que não assumamos a posição de juiz de todas as coisas.”.


Não obstante, vale ressaltar, também, que estamos no período da campanha de conscientização de prevenção ao suicídio – Setembro Amarelo. Infelizmente, o índice de suicídio, na América Latina, não é nada animador. Vem aumentando, comparado com restante do mundo. As pesquisas comprovam que quando conseguimos ser, complacentes ou compreensivos, com as pessoas que sofrem, por algum mal, estimulado pelo meio que estejam inseridos ou por questões de sofrimentos mentais; noventa por cento das mesmas desistem de cometer o suicídio.

Por fim, caro leitor, eis a questão! Que tipo de escola de “magistratura” tens buscado para tua vida? A desumana? Aquela que nos leva julgar os outros, ou as coisas; ou sermos incompreensivos ou incomplacentes com as pessoas? Ou a humana?

A pandemia do rompimento
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