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Foto do escritorGustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

Dia(s) Mundial dos Pobres

Atualizado: 22 de nov.

No último dia, dezessete de novembro (domingo), foi celebrado: O Dia Mundial dos Pobres. Ao invés de celebrar, prefiro utilizar a palavra – relembrar. Por quê? Porque passamos a lembrar, novamente, de algo (os pobres) que, certamente, está longe de ter fim. Se é que um dia terá! E, também, por que celebrar questões ruins? Não devemos celebrar, apenas, coisas boas? Tipo: data de aniversário, posse em determinado concurso,... Ou seja, será que devemos celebrar os sofrimentos das pessoas? Neste caso, dos pobres? Seguramente, não. Não é!?


Segundo o ritual dominical da Liturgia da Igreja Católica; nessa data foi proclamada, em determinado momento da Cerimônia, que: “Pelos governantes, para que promovam projetos que deem esperança consistente à sociedade, especialmente às pessoas mais carentes de recursos, rezemos.” Notem que foi discorrido – especialmente – e não: exclusivamente. E por que comento isto? Porque as dificuldades financeiras e ausências de possibilidades, sem dúvidas, transitam através dos menos favorecidos; mas, também, numa grande parcela da população brasileira. Parcela esta que, diariamente, injetam verbas nos cofres públicos da Nação. Classificada como classe média. Os grandes ricos ou super ricos, supostamente, depositam as suas finanças, em paraísos fiscais, ou em offshores. Ficando ausentes dessas dificuldades financeiras.


Ora! Quais são essas dificuldades? Enumerarei algumas, porque são tantas que, passaria algumas horas discorrendo aqui. Haja vista, é sabido que, os cofres públicos brasileiro, são semelhantes aos tesouros dos países de primeiro mundo. Simplesmente pela quantidade de montantes injetados. Mas, socialmente falando, a população desfruta como deveriam desfrutar dessas verbas? Claro que não! Não é ofertado transporte público com dignidade; saúde, educação, segurança, ... Assim como tantas outras situações.


Não obstante, o Brasil sediou, recentemente, o G20. Evento onde foram acolhidos Chefes de Estados, em média, dos vinte países mais poderosos do mundo. Pasmem! Os trajetos por onde as comitivas passaram, os moradores de ruas foram retirados. Uns dos significados da palavra personalidade é – persona – que quer dizer: máscara. Lembrei da letra do saudoso Cazuza – Brasil! Mostra a sua cara – “... Brasil, mostra a tua cara, quero ver quem paga, pra gente ficar assim ...”


Segundo o sociólogo, Ulrich Beck, explana no seu livro – A metamorfose do mundo: novos conceitos para uma nova realidade – “...os socioeconomicamente mais vulneráveis são aqueles que mais sofrem em decorrência da construção social do desconhecimento.” O evento – Aliança global contra a fome e a pobreza – popularmente conhecido como: Janjapalooza; supostamente, teve como gasto, através de verbas públicas, em média, trinta e três milhões. Isto mesmo que você entendeu: trinta e três milhões.


Mediante o esclarecimento do sociólogo Beck, fora os moradores de rua (ou os mais vulneráveis); será que no caso desse evento (Janjapalooza), assim como tantas outras questões obscuras no país,  socioeconomicamente falando, as classes que injetam verbas nos cofres públicos, não sejam vulneráveis, também, no tocante à decorrência da “construção social” do desconhecimento? Será!? Creio que sim!


Ora, a gestão pública está tão desprovida de respeito com a sociedade, seja por má administração financeira, sejam por supostos escândalos de corrupções que; quem não vem sendo abordado, todas às vezes, quando vão aos supermercados, pelos os mais vulneráveis? Quem? Isto é sinal de pobreza. Será que o país não está no fundo do posso? Se não bastassem, cortes econômicos, estão sendo implantados em quem não deveriam ser. Fora a inflação, demonstrada pelos alimentos, o poder de subsistência vem diminuindo cada vez mais.


Mas, todo esse contexto, o que tem a ver com psicologia, ou a nossa saúde mental? Tudo! São por conta dessas questões, também, que: suicídio, ansiedade e depressão vêm aumentando, cada vez mais, no nosso país. Triste, não é!


Por fim, caro leitor, eis a questão! Será que devemos relembrar o dia mundial dos pobres? Ou: os dias? Do contrário, rezemos.

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