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  • Foto do escritorGustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

A pureza extinta pelo adulto

Atualizado: 16 de jul. de 2020


Pureza quer dizer: “virtude do que não tem maldade nem malícia; candura, sinceridade.”. Neste período de isolamento social, onde a aula está sendo remota, uma criança fala para o coleguinha: “quando esse negócio de coronavírus acabar vamos marcar para brincar na sua casa.”. Ou seja, a honestidade na fala de uma criança revela o oposto da conduta de muitos adultos: a espontaneidade de ser.


Não obstante, segundo Pierre Weil, psicólogo humanista, expressa no seu livro – Amar e ser amado: a comunicação no amor – “A comunicação profunda é algo extremamente simples para as crianças e para os povos primitivos, em quem a espontaneidade ainda existe, não tolhida pelas barreiras erigidas pela civilização criadora de papéis sociais, que deformam a nossa percepção. O homem ‘civilizado’ perde cada dia mais a sua espontaneidade. Para fazê-la voltar às comunicações é preciso verdadeira operação cirúrgica mental, que naturalmente se efetua após muito sofrimento,...”


Essa perda da naturalidade conduzida pelos os adultos é vivenciada em diversas áreas: pessoal, social, trabalhista,... Na pessoal, é usual, no dia a dia, o ser humano estar se autoenganando. Muitas vezes, regada por muitas mentiras. Na social, tentando demonstrar ser o que não é, ou como não quer estar; por exemplo, com a prática da comunicação pelas redes sociais são comuns às pessoas não estarem visíveis no whatsapp, tentando demonstrar a quem as procuram que a mensagem ainda não foi visualizada. No trabalho, estimulada por muito assédio moral, quando um tentando puxar o tapete do outro.


Com a falta da sinceridade dos adultos vem sendo construída uma prática, nas relações humanas, que o errado passa ser o correto. Isto vem sendo uma conduta tão frequente, que acaba perdendo a referência do que é certo ou errado. Apontando como edificação na vida dos seres humanos à postura de uma falência de caráter. Tendo como consequência a desumanização em si e com o outro.


Por fim, caro leitor, eis a questão! Para que a comunicação profunda ou sincera continue fazendo parte da sua vida, será que esteja sendo preciso realizar a operação cirúrgica mental?

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