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Foto do escritorGustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

O “religare” através das UTS’S

Atualizado: 5 de mar. de 2021


Do latim eclesiástico, religare, quer dizer: ligar-se novamente. Ou seja, é a ligação mística ou divina entre o cristão e seu Criador. Tendo como consequência a unicidade espiritual. Assim deriva a palavra religião. Entretanto, venho metaforizar essa união através das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI’S). Perdoem-me! Não quis dizer UTI’S; e sim, UTS’S: Unidades de Tratamento de Sofrimento.

Segundo, George Trigueiro, presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pernambuco (Sindhospe), pontua que: “Está diminuindo o acesso às UTIs das pessoas idosas que já foram imunizadas. Quem está lá são os jovens que estão em baladas, raves e aglomerações. Estamos vendo os jovens morrerem com a nova variante, que não tem gravidade mais alta, mas é mais transmissível”.


Haja vista, mediante esse quadro, o “religare” diante das UTI’S vem sendo de uma forma muito dolorosa. Ou seja, enquanto os jovens vêm se internando, e diante da expectativa, se sobrevive ou não; seus entes queridos (geralmente os pais) ficam numa unicidade através dos seus. Infelizmente, a distância. Assim como, a união da equipe para salvá-los. Gerando nessa: a exaustão. Podendo desencadear a Síndrome de Burnout, popularmente conhecida como a doença do trabalhador. Compreende a razão de ser uma Unidade de Tratamento de Sofrimento (UTS)? Porque, através desse “religare”, dessa união: sofre equipe, familiares,...


E um agravante! Geralmente, esses jovens, já estão com os pais numa certa idade. Ou seja, diante de tudo que os pais vêm passando, com as limitações decorrentes da pandemia, ainda têm que enfrentar os filhos acamados nos leitos. Aumentando ainda mais o sofrimento. Por onde andam os irmãos: bom senso e precaução? Devemos cada vez mais nos privar? Acredito que não. Mas, mediante a circunstância, o que devemos fazer para que nesse momento não sejamos dignos de agravar ainda mais o quadro pandêmico?


Fala-se em primeira e segunda onda. Confesso que nem sei mais em qual onda estamos passando. Se fosse uma maré, acredito que estaria ressacado (“risos”). Porque são tantos disse me disse, somados a sofrimentos; onde, muitas vezes, o mundo aparenta ainda surreal.


Por fim, caro leitor, eis a questão! Para que o religare seja, sublimemente, no contexto de Graça, e não mais, a base de sofrimento; o que devemos fazer para que possamos passar por esse momento, sem proporcionar dor, a nós, e ao próximo? Será que o cumprimento, verdadeiramente, dos protocolos seja uns dos caminhos?

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