Conviver nunca foi tão fácil para muita gente. E nos últimos tempos, realizar essa prática, não vem sendo diferente. Lidar com alguém ou com as pessoas, em tempos normais, já não é simples; muito menos, em período onde a dinâmica do escutar e dialogar não vêm sendo tão comum. Realidade frequente no seio familiar, no âmbito do trabalho e em diversas outras situações. Mas, o que leva, muitas vezes, a convivência não ser harmoniosa?
Segundo, Mike George, explana no seu livro – O sistema imunológico da alma: a jornada de autoconhecimento para se libertar de todas as formas de desconforto – “Às vezes, alguém é simplesmente um poderoso espelho para algumas características ou tendências não muito agradáveis que desenvolvemos. Mas nós simplesmente não queremos enxergar e reconhecer isso. Nossa maneira de evitar fazê-lo é atacar o outro com algumas crenças não tão legais sobre ‘ele’. Quando pensamos ou dizemos algo sobre o outro, não percebemos nossa contradição e nossa hipocrisia. Nós não queremos encarar isso. ‘Ele não deveria ser tão crítico o tempo todo’, é um momento em que simplesmente não percebemos que nós mesmos estamos sendo críticos quase o tempo todo... sobre o outro!”. Ou sobre a gente mesma?
Neste sentido, o que nos leva muitas vezes sermos assim? O desuso da auto-observação, ou nos autopercebermos, é algo contribuinte para o contexto. No sentido figurado da palavra, estamos cada vez mais marginalizados. Vivemos à margem do nosso ser. Construindo como consequência os sentimentos que sejam dignos para uma intoxicação emocional, tipo: a ira, o rancor, a raiva,.... A forma como nos decidimos estar no dia a dia é que nos leva adquirir essas modalidades precárias de emoções.
Através do espelho acessamos a nossa imagem e semelhança. Com o desconforto constituído no cotidiano, geralmente passamos a não ficar bem com a gente. E com isso, perdendo a aptidão para uma boa convivência com os nossos. A falta desta habilidade nos leva, muitas vezes, a refletir no outro. E esse reflexo trás como dissintonia de diálogo e de escuta a criação de desarmonia. O auge do isolamento social e a polarização política que nos diga.
Por fim, caro leitor, eis a questão! No seu ambiente de convivência, vossa pessoa faz do outro de um poderoso espelho? Caso sim, pretendes continuar como uma pessoa marginalizada, ou passar a saber através do teu ser; quem tu és?
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