Gustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

21 de dez de 20192 min

A normose das festividades

É comum no período das festividades, natalinas e de réveillon, os indivíduos ficarem mais exaltados. No trânsito, as melodias natalinas dando lugar ao soar das buzinas excessivas; nas ruas, as agitações das pessoas transitando pelas calçadas da ansiedade, dando transparecer aos últimos suspiros para um mundo a padecer; assim como, as comunicações interpessoais estando, muitas vezes, mais fragmentadas.

Haja vista, relatos de entes queridos, neste período de festividade familiar, dizerem: “passamos o ano todo brigando para agora querer ceiar e tirar fotos! Mera hipocrisia!”. Não obstante, como fazer para inserirmos aos ingredientes da ceia, o tempero do perdão?

É importante ficar claro que a conquista do perdão é constituída através de nós mesmos; retificando os nossos sentimentos perante o próximo, através das vias da autocompreensão e pela mudança da conduta; e não através do outro. Assim surgindo à possibilidade da conquista de um novo amanhecer.

Mas, o que venha a ser normose? Segundo, Pierre Weil, explana em seu livro – Normose: a patologia da normalidade – que normose é: “o conjunto de hábitos considerados normais e que, na realidade, são patogênicos e nos levam à infelicidade e à doença.”. Entretanto, como exercer para não comungarmos, num período tão bonito, de comportamentos que nos destine ao adoecimento?

Adicionado, a esta época do ano, onde o sujeito regado pelo 13º salário, normalmente extrapola no consumo (hábito normótico). Levando ao desespero, a posteriori, pelo pagamento das dívidas. Geralmente, essa relação desesperadora das despesas, leva os consumidores, muitas vezes, a fazerem uso de ansiolíticos e antidepressivos. Para que não chegue a isto, como desfrutar de um mundo à esperança?

Por fim, caro leitor, eis a questão! Perante esses momentos festivos, você se vê uma pessoa “normal” ou normótica? No demais, quero desejar a todos um Feliz Natal e um 2020 repleto de hábitos saudáveis.

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